Uma
das principais preocupações dos pais ao introduzir o hábito de escovar os
dentes no dia-a-dia das crianças é que o produto seja engolido e acabe
prejudicando a saúde delas. Apesar desse risco, a pasta pode e deve ser usada
desde bem cedo, a partir do momento em que aparecerem os primeiros dentinhos,
época que varia entre seis meses e um ano.
Para o Dr. Carlos Telles, da Clinica Mais Sorriso,
o importante é ficar atento ao volume de pasta e o quanto de flúor ela possui
em sua composição. Quando a criança ainda possui poucos dentes na boca a
quantidade de pasta deve ser referente a um grão de arroz. Quando ela já tiver
com quase todos os dentinhos (pelo menos 2/3), já pode ser a quantidade de um
grão de ervilha. “O mais importante é ter certeza que a pasta escolhida possui
flúor (fundamental para combater a cárie), mas na quantidade certa para as
crianças (com 1100ppm)”.
Porém, o mais importante para que ela não engula o
produto, é a supervisão e o exemplo dos pais. “Sempre recomendo que os pais
escovem os dentes com os filhos até os 7 anos, porque, além de serem exemplos
para as crianças, podem ensinar e controlar como o procedimento está sendo
feito”, diz o especialista. É mais ou menos nessa fase que a criança passa a
ter total controle motor e de deglutição. Cuidado ao escolher o sabor
Um alerta interessante que Telles faz aos pais é
na escolha do sabor da pasta de dente. Segundo ele, muitos adultos optam por
pastas infantis com sabores agradáveis (como tutti-frutti ou morango) na tentativa
de incentivar o gosto pelo ritual da escovação.
“Essa é uma prática bacana, mas justamente por
gostar do sabor da pasta é que muitas crianças acabam por engoli-la de
propósito, ou pior, a comem como se fosse gelatina. Quando a criança insiste
nesse tipo de comportamento, mesmo com represália dos pais, recomendo que eles
passem a comprar pastas com sabores mentolados e fortes, para que a criança
sinta necessidade de cuspi-la rapidamente por conta do sabor desagradável” diz
o especialista.
Fluorose
No entanto, mesmo com a supervisão dos pais, às
vezes os baixinhos acabam ingerindo um pouco de pasta de dente. Mas segundo
Carlos Telles, não há motivo para se desesperar. “Na verdade, não há nenhum
grande mal nisso, senão a vigilância sanitária ou o Ministério da Saúde não
permitiriam a circulação do produto para uso infantil”.
Segundo ele, a intoxicação mais preocupante é a
crônica (quando a criança engole grandes quantidades de pasta/flúor). “Nesses
casos, o principal problema que pode acontecer é a fluorose nos dentes
permanentes, que são manchas no esmalte dentário”.
Porém, segundo um estudo feito no Brasil pelo
Ministério da Saúde em 2010, a prevalência de fluorose dentário em crianças até
12 anos é pequena (16,7%), sendo o percentual delas com fluorose severa
considerado praticamente nulo.
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