O problema pode provocar dentes a mais ou a menos ou alterar o tamanho
deles
Ter um dente maior ou menor que os outros, ou mesmo ter menos ou
mais dentes na boca pode ser herança de seus pais. A primeira dentição de uma
criança é formada ainda dentro do útero da mãe e a segunda, no final da
gestação e nos primeiros anos de vida. Os dentes pré-molares (aqueles que ficam
ao lado dos caninos, nas laterais), entre os 4 e 7 anos de idade. É possível
identificar as malformações dentárias desde que a criança é bem pequena.
Segundo o professor de odontologia e membro da Clinica Mais
Sorriso, Carlos Telles, as malformações dentárias, como micro e macrodontia,
hipodontia e dentes supranumerários são causadas por fatores genéticos, mas
também por fatores locais, como a ingestão de medicamentos antibióticos durante
a gravidez. É o caso da tetraciclina, que atualmente existe no mercado, mas não
é mais prescrita para futuras mamães.
Quando o dentinho da criança é menor do que o restante, ela tem
microdentia. Carlos explica que além de fatores genéticos, pode ocorrer por uma
tentativa do dente de se dividir em dois aleatoriamente. Os motivos de isso
ocorrer ainda não são conhecidos e comprovados, mas uma das teorias é que a
causa seria um traumatismo
. O diagnóstico é feito quando o dente nasce ou até
antes, através de radiografias. Pode ser apenas um dente menor ou o mesmo dente
dos dois lados da boca, como os dois caninos, por exemplo. “Não é comum que
apareça em vários dentes, é um problema mais localizado”, afirma a professora.
O tratamento é normalmente estético, a fim de aumentar o dentinho. Se a criança
não tem esse problema na primeira dentição, não quer dizer que não possa
desenvolver na segunda.
A macrodontia é o oposto, quando o dente nasce maior que o
normal. É um problema genético mais complicado do que a micro, porque para
diminuí-lo, provavelmente seja preciso também fazer um tratamento de canal. Mas
não se desespere se seu filho tem dentes maiores, o problema tem solução. Após
o canal, é feita a redução da polpa do dente. O Dentista explica que, para
saber se o tamanho do dente configura a macrodontia, é só olhar para ele e
compará-lo com os outros, pois a desproporção é grande e vista facilmente.
Tanto a micro quanto a macrodontia não são comuns na primeira dentição.
Mais ou menos dentes que o padrão
Outras alterações, também genéticas, são a hipodontia ou os
dentes supranumerários, os últimos sendo comuns entre 2 a 3% da população
mundial, segundo Telles. No primeiro problema, nascem menos dentes do que o
padrão (na primeira dentição, 20 dentes, na segunda, 32 contando os quatro
sisos).
Se forem muitos dentes faltantes, os dentistas chamarão o problema de
agenesia. Mais comum em meninas, é tratada com próteses espaciais removíveis ou
mantenedores de espaço, até que a criança pare de crescer (em meninas, é em
torno dos 18 anos, e em meninos, entre 20 e 21). Após essas idades, é possível
realizar os implantes necessários. O diagnóstico também é feito com visitas
periódicas ao dentista, que com radiografias pode identificar o problema a
partir dos três anos do bebê
- antes disso fica mais difícil, pois a criança
não para suficientemente quieta para a realização do raio X.
Já os dentes supranumerários são aqueles que nascem a mais do
que a dentição padrão e são mais comuns nos meninos. O dente extra pode nascer
em qualquer idade e pode ser extraído para solucionar o problema. Depois, é
feito um alinhamento do restante, com o uso de aparelho dentário, se
necessário.
“Todos esses problemas têm origem genética. O melhor é ter um
acompanhamento profissional adequado. Principalmente se houver casos
semelhantes na família”, alerta o professor.
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